segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Buda

No curso que damos no Grupo Espírita Auta de Souza sobre autoconhecimento, na aula sobre “escolhas”, citamos uma passagem de Buda constante no livro: Um Modo de Entender – Uma Nova Forma de Viver, do médium Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, o qual nos foi pedido disponibilizá-lo no blog, aqui está:

Conta a tradição oriental que certa vez Sidarta Gautama, já em idade bem avançada, passava por uma floresta junto com seus discípulos quando encontrou aprendizes de outro mestre, e um deles logo foi dizendo: "Nosso mestre é um grande avatar. Ele levita e faz materializações extraordinárias. Nós mesmos: presenciamos isso, somos testemunhas!" E, fixando o olhar nos discípulos de Buda, inquiriu: "O que vocês têm a dizer sobre seu mestre? O que ele pode fazer, que milagres realiza?".
Sidarta Gautama tudo escutava silenciosamente e deixou a cargo de seus companheiros a resposta. Apenas observava o desempenho de cada um.
Então, um logo se adiantou e respondeu: "Nosso mestre, quando está com fome, come; e quando ele tem sono, dorme. Ele nos ensina a andar, quando estamos andando; a comer, quando estamos comendo; a sentar, quando estamos sentados.  
E um deles, inconformado, exclamou: "O que vocês estão falando?! Chamam de milagres o óbvio?! Todos fazem essas coisas!"
E o ponderado discípulo de Buda retrucou: "Engano de vocês. Quase ninguém faz isso. Quando as pessoas dormem pensam sem cessar, estão dispersas no sono. Quando comem, estão distraídas, falando mil coisas. Quando andam, estão desatentas e qualquer ocorrência lhes rouba a atenção. Mas, quando meu mestre dorme, ele apenas dorme: somente o sono existe naquele momento, nada mais. E quando sente fome, ele apenas come. Ele sempre está no lugar onde deve estar, ou seja, jamais é arrebatado pelos fatos ou acontecimentos que se foram e pelos que hão de vir; vive sempre no momento presente". 148 Hammed – um modo de entender – uma nova forma de viver

sábado, 18 de setembro de 2010

Autoimagem

Antes de a criança compreender as palavras ela registra impressões generalizadas sobre si mesma como o carinho, a impaciência, o contato ou a falta dele, etc. Assim a criança vai se descobrindo e percebendo o outro. Logo depois, mais amadurecida, nota as mensagens com palavras referentes a ela: “você é inteligente, mamãe te ama, tenha confiança...”, reforçando a sua importância como ser existente; outros pais passam mensagens de desqualificação e do amor condicional: “seu burro, você não faz nada direito”, “se você se sujar mamãe não gosta de você”.  Os pais mais cruéis/infantis aterrorizam os filhos: “seu imundo, não sabe comer!”, “cala a boca seu desgraçado!” Em todos os casos os pais estão esboçando a imagem que a criança vai ter de si mesma que, de alguma forma, vai servir de roteiro em sua vida. A criança vai introjetando essas mensagens como qualidades pessoais: sou inteligente (adequado para a vida) – sou burro (inadequado para a vida). Com mais idade, a criança toma mais contato com a sua autoimagem, podendo reforçá-la ou revisá-la e atualizá-la – é o que se espera de cada pessoa. Ninguém precisa carregar uma imagem distorcida de si própria a vida toda.
A autoimagem da vida atual pode ser afetada pela imagem que a pessoa traz de si de uma existência passada, gerando conflito na personalidade presente. Por exemplo, as pessoas elogiam a criança ou o adulto, reconhecendo suas aptidões evidentes, no entanto, ela sente vergonha ou raiva do elogio, porque por dentro ela “sabe/sente” que não tem valor, acha que é uma simulação. Outro exemplo é a pessoa que é tratada com desdém, desqualificada, mas por dentro ela se sente superior aos outros, porque sobrevém do seu inconsciente a personalidade equilibrada ou poderosa que foi no passado. Alguém poderia alegar que ela se sente importante por dentro para compensar sua “insignificância” atual. E quem pode afirmar que essa compensação não é a manifestação de sua personalidade arrogante do passado?
Qual é a imagem que você tem si mesmo? É um projeto dos outros? É uma elaboração pessoal?