De modo geral um Espírito de evolução mediana
quando reencarna esquece a personalidade anterior, ou seja, a pessoa que foi na
reencarnação anterior e as várias reencarnações que já viveu. O Espírito mais evoluído
tem mais domínio sobre si mesmo podendo lembrar-se de várias vidas. Para
algumas pessoas as lembranças servem de provas ou de expiação, a fim do sujeito
não esquecer os erros passados e se esforçar para acertar. Ainda há pessoas que
as lembranças servem de estímulo no empreendimento evolutivo. Lembrando ou não
do passado, a existência atual é influenciada pelas personalidades que fomos
anteriormente, aparecendo em forma de aptidões, tendências, conflitos, etc.
Ao reencarnar vamos assumindo novos papéis
influenciados pelos papéis anteriores (das vidas passadas). Pense em um
indivíduo que na vida passada foi uma pessoa insociável, vivia do trabalho para
casa, sem amizades, introspectivo... Ele vestiu o papel do “prefiro ficar sozinho
no meu canto, sou mais feliz” e pouco fez para mudar. Na vida presente ele
reencarna em um ambiente afetivo, amistoso, com uma mãe psicóloga,
psicodramatista e um pai que é professor universitário. Como se vê são pais bem
sociáveis, lidam com muitas pessoas, são intelectuais, portanto um ambiente
familiar favorável ao bom desenvolvimento. Apesar de o filho receber estes
estímulos positivos dos pais: afeto, sociabilidade, comunicabilidade,
intelectualidade, prazer em ler, etc., ele não vai conseguir assimilar todo
esse material, filtrando boa parte por falta de possibilidade de perceber e
assimilar. Haverá uma mescla entre a personalidade anterior: sem amizade,
introspectivo, insociável e a personalidade atual criada em um ambiente
amistoso, resultando em uma pessoa que se dá bem em ficar sozinha, mas que
quando está em um grupo participa se relaciona, mas não é o seu forte. Alguém
poderia questionar se esta pessoa ao desencarnar, na vida espiritual não
poderia trabalhar para superar seus conflitos e limites? Sim, é claro que sim,
depende dele se esforçar para melhorar, mas ele o faz?
Os papéis sociais podem enriquecer ou atormentar a
personalidade, veja alguns exemplos:
Papéis positivos
- pai/mãe –
vai aprender a amar, cuidar, prover, educar, doar-se...
- gestor – vai
aprender liderar, trabalhar em grupo, buscar resultados...
- vencedor –
aprende a ir atrás de seus sonhos, é determinado, estudioso...
Papéis negativos
- vítima – só
comigo acontece estas coisas, nada muda na minha vida...
- doente –
vive em função dos medicamentos e dos médicos
- perfeccionista
– tem que ser o melhor, precisa acertar todas...
Tanto os papéis positivos como os negativos podem
atormentar se o indivíduo se identificar com ele, é como se a pessoa ficasse
grudada no papel. Por exemplo, o papel de mãe pode ser nutritivo quando ela dá
amor e coloca limites, ensina e deixa o filho fazer o que está ao seu alcance.
Uma mãe neurótica sobrecarrega o filho de preocupações e atividades, uma mãe
superprotetora não deixa o filho fazer nada, faz tudo por ele.
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