Os meios de comunicação oferecem uma enxurrada de
produtos que prometem prazer, sucesso e felicidade, se você não obtê-los é um
fracassado destinado ao sofrimento. Bebidas que garantem alegria e a amizade,
cremes e xampus que eternizam a juventude, roupas que tornam o seu usuário
importante, viagens anti estresse... Tudo ao seu dispor, é só consumir.
Poucas pessoas escutam suas dores e sofrimentos a
fim de cuidarem melhor de si mesmas, ao invés procuram os artifícios sociais
imediatos. Bateu uma tristeza, o shopping é o remédio. A pessoa se sente
inferior, um curso de MBA ou um carro novo resolve. A autoimagem não está a
contento, a mulher pinta os cabelos e o homem deixa a barba crescer, pronto!
Comprar um sapato todo mês, tomar chope quase
todos os dias passa a ser uma necessidade
condicionada que vai dominando o indivíduo e se tornando uma compulsão, que o
domina - agora ele não tem escolha se vê compelido a comprar, comprar... Antes
já comprava sem necessidade, agora com a compulsão compra qualquer coisa que é
desnecessária, desfrutando uma migalha de prazer e um punhado de angústia. Esta
reflexão não é uma condenação às conquistas benéficas da ciência e dos avanços
da cultura que melhora a saúde, as relações sociais, os lazeres, o
conhecimento, o conforto, mas reflete em não transformar “os meios em fins”. A
vida não se resume em consumir, ela é maior do que isso objetiva a evolução
espiritual!
Nesse enredo maluco o indivíduo vai se emaranhando
cada vez mais, os apelos da mídia continuam afirmando que ele vai chegar lá, ou
seja, vai obter prazer, sucesso e felicidade, basta consumir um pouco mais. Uma
provocação aliciadora: você não vai desistir, não é? O mundo não é dos
covardes! Veja quantos chegaram lá, persista, você vai ser um vencedor!
Enquanto isso, seu mundo interno está entregue a
poeira, abandonado. Chega uma hora que essa mesmice cansa, o vazio começa a dar
sinais, o tédio aparece eloquentemente aludindo à decadência dessas promessas
irreais.
Para sair das dependências dos artifícios sociais
precisamos desenvolver valores que dignificam a vida.
- em vez de se
soltar através do estímulo da bebida, desenvolver a extroversão e a
autossegurança.
- em vez do exagero
dos cremes e xampus, aceitar a idade e o corpo.
- em vez de
roupas que dão status, desenvolver a autoconfiança.
- em vez do
excesso das viagens contra o estresse, cultivar a paciência e a
tolerância.
- em vez da
droga diante do vazio, despertar a fé em si mesmo e em Deus.
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