Por mais
que se saiba que o mais importante é a essência do indivíduo, a sociedade de
consumo impõe os valores materialistas que avalia as pessoas pelo que elas têm,
suas posses sinalizam sua vitória ou fracasso. Assim a pessoa se aliena de si
mesma não tomando contato com sua essência, com sua singularidade, ela busca se
padronizar, seguir os modelos elegidos como bem-sucedidos.
Quantos
pais discursam que amam seus filhos igualmente, mas mostram mais satisfação com
aquele que tira as notas melhores, ou com o filho que obteve mais sucesso na
profissão? Como equacionar: Amor X Sucesso X Fracasso? É gratificante ver o
filho alcançar seus objetivos, se realizar, contudo aquele que não conseguiu
chegar lá perdeu a qualidade de filho? O que pesa na avaliação dos pais a
qualidade de filho ou de sucesso?
Na área
profissional a pessoa é avaliada pelo seu conhecimento técnico e pelos seus
talentos, transformados em resultados para a empresa.
Nos
bate-papos com os parentes e amigos, a curiosidade em saber do sucesso ou
insucesso do outro é medido pelos seus bens: casa própria, carro, viagens,
formação, vestimenta...
Essa
ditadura do “ter”, do consumo, leva a sociedade a avaliar seus cidadãos pelo
que eles têm, classificando-os de bem-sucedidos, mal sucedidos, bem formado,
ignorante, etc. A autoestima fica atrelada a esse ditame. Não é um predicado do
ser, sua inerência, mas um subproduto do seu “fazer”.
Precisamos
rever nossa conceituação de autoestima, ela não deve ser exclusividade das
conquistas passageiras do ego, que podem servir de incentivo, mas deve levar em
conta o “Ser”, a centelha divina que somos. Como leciona Hammed: “A providência
primeira e essencial, para que possamos nos curar do sentimento de baixa estima
ou inferioridade, é a convicção na imortalidade das almas e na pluralidade das
existências, somada à crença de que somos seres espirituais criados plenos e
completos, vivendo uma experiência humana com o objetivo de nos
conscientizarmos dessa nossa plenitude inata.” as dores da alma