A
expressão brincar com fogo quer dizer
que quem brinca com fogo pode se queimar. Racionalmente alguns,
superficialmente outros, dizem não querer se queimar. Mas, sem perceber, ou
percebendo, muitos, lá estão às voltas com o fogo.
O
Espírito Manoel P. de Miranda diz que “É muito diáfana a linha divisória entre
a sanidade e o desequilíbrio mental.”1 É muito sutil o movimento de
um para outro estado. No Planeta de expiação e prova, adotamos comportamentos
inadequados como se fossem “normais”. Por exemplo, muitas pessoas justificam
que a lamentação é um meio de colocar para fora o que a incomoda. Parece
inocente e sem consequências. No entanto, não é o que pensa os benfeitores
espirituais. No livro Nosso Lar, o benfeitor Clarêncio depois de ouvir André
Luiz lamentar-se de sua condição de recém-desencarnado e de ter deixado a
esposa e os filhos, adverte-o de que “Lamentação denota enfermidade mental e
enfermidade de curso laborioso e tratamento difícil.”2 A pessoa que
lamenta se coloca como vítima da vida, como se ela não tivesse feito nada para
estar onde está. Além disso, o teor de seus pensamentos são tóxicos afetando
seu corpo físico e o perispírito.
Para
melhor explicitar a permissividade em brincar com o fogo, Manoel P. de
Miranda disserta: “Ligeira excitação,
alguma ocorrência depressiva, uma ansiedade, ou um momento de mágoa, a escassez
de recursos financeiros, o impedimento social, a ausência de um trabalho digno
entre muitos outros fatores, podem levar o homem a transferir-se para a outra
faixa da saúde mental, alienando-se, temporariamente, e logo podendo retornar à
posição regular, à de sanidade.”3 A detenção demorada em alguma
dessas situações pode tornar a recomposição mais difícil. Isso porque, a
fixação mental pode ter vários desdobramentos como a polarização da mente em
apenas um ponto, perdendo a polivalência; a evocação ou ressonância no inconsciente
de conteúdo/experiência semelhantes; a sintonia com obsessores que vão
intensificar a perturbação. A ruminação das ideias favorece esse desequilíbrio.
Quanto tempo nos permitimos ficar detido em uma ideia ou lembrança, dez
minutos, uma hora, um mês, um ano, um século?
Precisamos
ser proativos diante de situações que podem nos complicar, tomando providências
que impeçam a perda da autonomia. Pensar excessivamente em um problema torna-o
maior do que é, distorce o seu significado, vicia a mente levando-a a fixação.
Faça
um acordo com você, se em quinze minutos você não resolveu a questão, deixa
para pensar mais tarde. Quando estamos de “cabeça fria” temos mais acesso aos
nossos recursos psíquicos.
Referência:
1, 3.
Divaldo P. Franco/Manoel P. de Miranda - Nas Fronteiras da Loucura – 2006
2.
Francisco C. Xavier/André Luiz – Nosso Lar - 2008