Você conhece pessoas que ficam preocupadas quando
as coisas estão indo bem, achando que algo ruim vai acontecer? Elas presumem
que existe uma ligação causal entre estar
bem X acontecimento ruim! Então,
para não correr o risco do inconveniente, elas se protegem evitando falar das
coisas boas que estão lhe acontecendo; às vezes não curte o que está ocorrendo;
batem três vezes na madeira; ficam de sobreaviso. Isso dá a ideia de que elas
não merecem ser felizes, que é errado acontecer coisas boas e por isso serão
punidas com algo malfazejo.
Penso, até o momento, que não existe nenhuma
associação entre um acontecimento bom, feliz e uma obrigatória consequência prejudicial.
Por força das energias boas e da afinidade, as coisas boas atraem situações
correlatas, como as ruins atraem seus equivalentes.
Quando algo bom está acontecendo não quer dizer
que coisas desagradáveis não aconteçam na sociedade como doenças, desempregos,
acidentes, guerras... Por exemplo, uma
pessoa avalia que está num bom momento, a maré está em alta para ela, arrumou
um (a) namorado (a), conseguiu uma bolsa de estudo muito desejada, está feliz e
com boas perspectivas. De repente recebe uma notícia indesejada no trabalho:
foi demitida! Uma pessoa supersticiosa faz a ligação entre a boa sorte e o azar
como consequência e conclui: era muito bom para ser verdade! Alguém mais
realista, concluiria que é algo natural. Não é por que esta pessoa está feliz e
esperançosa que não esteja sujeita a demissão ou a um incidente. Portanto, não
foi a felicidade que trouxe a demissão, mas outras questões como sua
competência, o interesse da empresa, o mercado de trabalho, etc.
Acredito que uma pessoa supersticiosa faz uma
mescla de sentimentos: euforia diante da coisa boa e o medo de perder, somado a
sentimentos de desmerecimento e de inadequação. A culpa consciente ou
inconsciente (aquela que vem do passado) faz o indivíduo se julgar culpado,
errado, merecedor de punição.