Uma das frases mais ouvidas no consultório é esta:
o que os outros vão pensar de mim? Eu costumo devolver: os outros sempre vão pensar!
Se você for correto, vão pensar; se você for desonesto, vão pensar; se você for
bom, vão pensar; se você for mal, vão pensar; se você fizer muitas coisas, vão
pensar; se você não fizer nada, vão pensar! Falaram das grandes personalidades
do progresso e das maldosas, você vai escapar?
O que mais incomoda, o que elas pensam de você ou
o que você pensa que elas pensam de você? Estar muito preocupado com a opinião
dos outros não é sinal de conflitos pessoais? O que os outros pensam de você é
mais importante do que sua autoavaliação?
As pessoas negativas, pessimistas e conflitadas
interpretam tudo que se refere a elas como pessoal, ofensivo e persecutório, elas
não aproveitam nada do que vem dos outros, que não deixam de ser seus
professores indiretos. O neurótico justifica este posicionamento relacionando
as várias vezes que foi ofendido, ressaltando o lado ruim das pessoas. Os
indivíduos mais maduros, sempre estão aprendendo, veem nos “adversários”
instrutores, como ensina o Espiritismo. É claro que há pessoas maldosas que
precisamos identificar e nos guardar para preservar a vida e a integridade. No
entanto, a pessoa madura não vê ameaça em tudo e em todos sua capacidade de discernir
é mais ampla, não é unilateral. Fazendo esta distinção entre a pessoa neurótica
e a madura, lembrei do ensinamento de Jesus: “Pois àquele que tem lhe será
dado, e terá com abundância; mas àquele que não tem até o que tem será tirado
dele.”1 A pessoa madura aproveita melhor sua existência, por isso
tem capacidade de obter mais aprendizados existenciais do que o neurótico que
fica preso em seus tormentos sem aproveitar melhor as ofertas da vida.