Qual é a força da sua fala, até onde ela pode
chegar? Você acha que o que diz evapora no ar sem tocar ninguém? Quem é o seu
interlocutor, alguém vivido que sabe se proteger ou uma criança indefesa?
Imagine o cenário de um ambiente familiar, os
filhos brincando ou fazendo seus deveres escolares, e de fundo a mãe reclamando
aqui e ali do marido que vai chegar. No meio da reclamação ela afirma aos
filhos: “nunca se casem para não levarem essa vida de inferno que levo!”, ou “o
amor não existe, ninguém nunca vai te amar”. Quando não é a queixa do
casamento, é a lamentação da vida: “a vida só traz sofrimento”, e arremata
dizendo aos filhos quando estão brincando e fazendo bagunça: “vocês ainda vão
me matar de trabalhar”. Não bastasse o terrorismo da mãe desequilibrada, o pai estressado
chega do trabalho, mal cumprimenta a esposa e os filhos e despeja sua lista de
reclamações: “as empresas só nos exploram!”, “o patrão faz todo mundo de
escravo!”, “nunca confie em ninguém!” Para este casal tais colocações/reclamações
soa como natural, falar do que lhes desagrada. Na vida de relação reclamar faz
parte da pauta do dia a dia de muita gente, está tão incorporada nos
relacionamentos interpessoais que não se percebe sua nocividade.
As atitudes dos pais estão sugerindo, induzindo,
exemplificando como é a vida e o que os filhos vão encontrar pela frente. A mãe
está ensinando que o casamento não é um bom negócio e é fonte de sofrimento, o
pai lecionando que o trabalho é motivo de exploração e escravização. Estas
imagens vão se assomar a mente dos filhos servindo de paradigma – como a vida é
e como devem se comportar. A maior ou menor aceitação dessas sugestões
dependerá do nível evolutivo dos filhos, que com o filtro do discernimento vão
perscrutar o que recebem dos pais guardando ou rejeitando o que é bom e o que é
ruim. Isso mostra que os filhos não estão à mercê dos pais ou da sociedade, mas
das suas conquistas evolutivas ou da falta delas.
Do
ponto de vista da sociedade materialista, a esposa infortunada com o seu
casamento e o marido irrealizado em sua profissão são vítimas do azar, do
destino, por isso eles se acham no direito de reclamar, por que estão em uma
situação não escolhida. Na perspectiva do Espiritismo que supera essa analise
estreita, casualista, o casal está incurso na Lei de Causa e Efeito, portanto,
quando a esposa/mãe reclama aos filhos da instituição “casamento”, como algo
ruim que traz sofrimento, ela está atribuindo valores pessoais, particulares, a
algo abstrato comum a todas as pessoas. Ela deveria dar mais precisão as suas colocações: “o meu casamento é difícil”, “a minha prova com o pai de vocês é árdua”. O mesmo se aplica ao esposo/pai, se ele tem uma
subprofissão, no qual não se realiza, é provável que seja uma prova pessoal e
não comum a todos os trabalhadores. Ainda outra informação que o Espiritismo
esclarece, é que se os filhos não têm provas difíceis no casamento e na
profissão, eles não vão passar pelos sofrimentos que os pais passam como supõe
a mãe ao “preveni-los” com suas reclamações, exceto
se neurotizarem a relação e fizerem escolhas erradas.
muito bom......!!!!!
ResponderExcluiradorei!! muito bom mesmo!!
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