Vivemos num mundo ordenado onde vige a Lei
Divina, conforme define O Livro dos Espíritos na pergunta 614:
-O que se deve entender por lei
natural?
Resposta: A lei natural é a lei
de Deus; é a única necessária à felicidade do homem; ela lhe indica o que ele
deve fazer ou não fazer, e ele só se torna infeliz porque dela se afasta.
Uma vez compreendido que existem Leis que
regem nossa evolução, não estamos a matroca esperando a sorte ou o azar dar as
cartas. Nossa imaturidade ou maturidade, nossas escolhas ou fugas, nossos erros
e acertos vão gerando consequências que reverberam em nossas vidas. A questão
da anencefalia tão discutida ultimamente, também é o reflexo de atitudes
anteriores.
Para melhor elucidar essa questão, Joanna
de Ângelis psicografou uma mensagem através de Divaldo P. Franco em 11/04/12:
Nada no Universo ocorre como fenômeno
caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual,
destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a
ordem, a harmonia.
De igual maneira, nos destinos humanos
sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as
ocorrências, por mais diversificadas se apresentem.
O Espírito progride através das
experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto
lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e
libertadoras.
Agindo sob o impacto das tendências que
nele jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente,
o programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.
Harmonia emocional, equilíbrio mental,
saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação,
fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.
Todos experimentam, inevitavelmente, as
consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas
manifestações verbais e realizações exteriores.
Sentindo, intimamente, a presença de Deus,
a convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que,
infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno
da sua origem espiritual, da sua imortalidade.
Mesmo quando se vincula a alguma doutrina
religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece
materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.
Não fosse assim, e decerto, muitos
benefícios adviriam da convicção espiritual, que sempre define as condutas
saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da
razão.
Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude
de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos
acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes...
Desequipado de conteúdos superiores que
proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada
pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre
transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos
outros, às circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados
pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o
degrada, entre os quais o nefando suicídio.
Na imensa gama de instrumentos utilizados
para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas
espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e
praticamente o aniquila...
Não ficariam aí, porém, os danos
perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual,
que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento
da jornada de evolução.
* * *
É inevitável o renascimento daquele que
assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais,
particularmente a anencefalia.
Muitos desses assim considerados, no
entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.
Há, desse modo, anencéfalos
e anencéfalos.
Expressivo número
de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o
diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso
central…
Necessitam viver no corpo, mesmo que a
fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.
Interromper-lhes o desenvolvimento no útero
materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões
diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual...
Não se tratam
de coisas conduzidas interiormente pela mulher, mas de filhos,
que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado
da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.
Faltou na gestante o ácido fólico, que se
tornou responsável pela ocorrência terrível.
Sucede, porém, que a genitora igualmente
não é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi
corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos
conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e
do equilíbrio antes destruído.
Quando as legislações desvairam e
descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade
caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de
abortamento.
... E quando a Humanidade mata o feto,
prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização
já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.
Todos os recentes governos ditatoriais e
arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o
aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de
vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de
política, de sociedade...
A morbidez atinge, desse modo, o clímax,
quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.
As loucuras eugênicas, em busca de seres
humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças
que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não
servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas
aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas
tribos primitivas.
Qual, porém, a diferença entre a atitude da
civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em
relação ao anencéfalo?
O processo de evolução, no entanto, é
inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas
experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo
através do sofrimento a respeitar a vida…
* * *
Compadece-te e ama o filhinho que se
encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.
Considera que se ele houvesse nascido bem
formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia,
de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra
natureza, como acontece amiúde, se também o matarias.
Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje,
amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o
sofrimento como se alega no caso da anencefalia.
Aprende a viver dignamente agora, para que
o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 11 de abril de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 14.04.2012.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 11 de abril de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 14.04.2012.
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