terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Rosto bonito?



Um rapaz bem apessoado, olhos verdes, corpo atlético procurou psicoterapia porque não conseguia se relacionar com ninguém. No bairro onde morava não tinha amigos, na faculdade ficava isolado, mal conseguia sair sozinho para qualquer lugar. Do ponto de vista físico ele tinha passaporte para estar em qualquer lugar e ser bem aceito, porque a sociedade valoriza muito a aparência. Por conta disso ficamos com a impressão que pessoas bonitas são inteligentes, sensatas e éticas, sem considerar seu mundo íntimo. Não que pessoas bonitas não tenham esses predicados, tem, quando foram bem educadas e desenvolveram tais qualidades. Mas beleza física não é sinônimo de valores... Voltando ao cliente, no seu caso, a compleição física não implicava quase nada em sua vida, não é um cartão de visita. Seu mundo interno é carregado de “sombras”, os temas de seu tormento pessoal giravam em torno do ridículo, ele se achava inadequado, grotesco, motivo de zombaria dos outros. Para o senso comum ou na perspectiva do paradigma materialista é um contra senso, porque ele aparenta ares de normalidade e parece que é senhor de si mesmo. Ledo engano, ele é submisso aos conflitos que o maceram. Ele não tem autonomia razoável de fazer escolhas, seus tormentos internos dão as cartas. O paradigma materialista no afã de explicar as causas de tal disparate arranha apenas os efeitos, sem cogitar das causas.
As causas estavam na existência anterior como uma regressão revelou, no passado ele fora uma pessoa execrável, tinha o corpo deformado, as pessoas olhavam-no com asco, ele vivia de esmolas. Ele trouxe para a existência atual os reflexos da imagem anterior, por isso, evitava as pessoas!
Isso acontece com muitas anoréxicas, elas têm uma visão distorcida de si mesmas, por fora é magra, por dentro se sentem gordas.
Não adianta mostrarmos uma aparência enxuta para os outros e vivermos um inferno por dentro, o ideal é sanear nosso mundo íntimo. Assim estaremos mais lúcidos, saberemos lidar com a vida e vivê-la. Cuidar do corpo é importante, porém reduzir a vida ao corpo é simplificar demais a vida – coisa de criança.

Um comentário:

  1. Muito interessante, comigo aconteceu o seguinte fiz uma regressão com acompanhamento psicológico, e os reflexos dessa vida passada me atrapalhava muito, pois sentia muita culpa, medo, me tornei uma mãe super protetora, possesiva, me sentia um monstro terrivél, minha aparência era desengonçada, tive transtorno do pânico, hoje depois de tratamento espiritual, terapia, acompanhamento médico estou bem melhor é como renascer no seu próprio corpo, hoje me sinto bonita, mais segura e uma mãe mais equilibrada, sei que tem muito a trabalhar mais estou melhorando dia a dia, espero que ajude outras pessoas que passam pelas mesma dificuldades, bjs a todos

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