segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
O futuro já começou
O
ser humano é um Espírito Imortal que evolui através da reencarnação, as vidas
sucessivas. Ao reencarnar o Espírito não é tabula
rasa, ele traz em sua bagagem arquivos de milhares de existências que se
apresentam como capacidades, virtudes, hábitos, valores, inteligência,
tendências, conflitos, equilíbrio, doenças, vocação, talento, dom, destempero que
são seus patrimônios evolutivos que o tipificam. Estas aquisições vão refletir
na formação da nova personalidade como se fossem comportamentos inatos.
Assim
como as conquistas das vidas anteriores contribuíram na formação da
personalidade atual, as características atuais são os ingredientes ou os germes
da existência futura. O mau-caratismo, a irresponsabilidade, o vício, a
intrepidez, a solidariedade, a operosidade, a honestidade cultivados hoje serão
as tendências e as aptidões da futura personalidade.
Há
situações que desestruturam de tal forma a personalidade que o seu futuro já se
desenha dramático como a do homicida cruel e a do suicida que geram
desequilíbrios diversos e inevitáveis nos seus pensamentos, emoções, afetividade
e no corpo. Seguindo outra vertente, o sujeito ético, altruísta, construtivo
está esboçando um futuro de equilíbrio, bem-estar subjetivo, esperança...
Mais
alguns exemplos:
Há
pessoas que acham que estão no mundo para atenderem apenas os seus interesses e
serem servidas - são ego-centradas - o mundo gira ao seu redor. Os outros são apenas
apetrechos, trampolins, objetos para promoverem seus desejos. Não fazem nada
para o próximo. Nessa centralização de seus desejos doentios e insaciáveis,
mais se perturbam, mais querem e nunca se pacificam. Invejam as conquistas
alheias e temem perder o que tem, policiam o tempo todo seus haveres. Uma
pessoa voltada somente para si mesmo é agradável estar junto dela? Como será
seu círculo social no futuro?
Por
outro lado, aqueles que já despertaram, aprenderam a sair do egocentrismo desfrutam
da permuta e do crescimento do contato com o outro. Aprendem a gerar amizade,
simpatia, trocam experiências, afetos. Uma pessoa dessa todos querem por perto.
Ela terá boas amizades no futuro?
Você
leitor, analisando suas tendências e aptidões atuais como será o seu futuro?
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quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Álcool e Sementes
Para lidar com as exigências da vida tais como se
relacionar, trabalhar, estudar, amar, se comunicar precisamos de instrumentos
adequados para realizá-los, que são nossos atributos naturais tais como as
inteligências, as habilidades, as capacidades... E onde estão estes atributos?
Dentro de nós, em nossa mente. Neste reservatório temos tudo o que precisamos e
mais do que imaginamos. Lembre-se que Jesus1 anunciou esta grandeza
interna, ignorada, ao afirmar que “Aquele que crê em mim, as obras que eu faço,
ele também fará, e fará maiores do que estas...”.
De forma figurativa, vamos nomear os atributos como se fossem sementes
portadoras de potencialidades que carregamos em nosso interior. Semente2 é “aquilo que, com o tempo, há de produzir certos efeitos...
germe, origem”. Assim, possuímos as sementes da inteligência, da amizade, da
capacidade profissional, da maternidade, da honestidade... Temos sementes para
todas as demandas da vida, algumas são mais exigidas outras menos dependendo do
programa reencarnatório, dos interesses, dos limites e da relação com a
existência. Uma mulher que se dedica a família e a maternidade vai desenvolver
mais as sementes da maternidade e suas congêneres. Um bancário vai aperfeiçoar
mais as sementes das finanças... Além das sementes mais usadas por causa de
nossas necessidades atuais, podemos germinar outras em áreas diversas da vida
movidos pela curiosidade e pelo prazer em saber.
Algumas pessoas suprimem ou subdesenvolvem
determinadas sementes. Por exemplo, uma mulher quer ter um filho e não consegue
por causa de um impedimento orgânico. Às vezes ela acaba desistindo de seu
desejo e cultiva a agonia ou a revolta. Apesar da frustração, isso não a impede
de exercer a maternidade através da adoção de uma criança, ou cuidando e dando
amor aos carentes do seu entorno.
No caso do alcoolismo, que sementes o indivíduo
deixou de germinar para precisar compensar com a bebida? É baixa autoestima, se
acha desinteressante, se julga inferior, se considera incompetente, é tímida, é
insegura, tem dificuldades de enfrentar situações difíceis? A bebida não muda
para melhor o comportamento dela, ao contrário, estraga! Além disso, traz o mal
estar da ressaca, vexames, o autojulgamento de fracassar ao ter que beber para
enfrentar a vida.
Durante toda a existência o indivíduo precisa se expor,
enfrentar pessoas e situações diversas. Será que sempre dependerá do álcool
para fazer isso? E quando não tiver a bebida por perto, não fará nada?
A bebida acaba com sua saúde física, emocional,
cognitiva e espiritual, afeta seu rendimento nos estudos, no trabalho, na
família, nas amizades. Atraí espíritos alcoólatras que vão sugar suas energias
e levá-lo ao esgotamento e a depressão.
Se você utiliza o álcool para se encorajar, não
vai desenvolver a semente da coragem. Veja mais alguns exemplos:
- Você esta
com baixa autoestima? Desenvolva a semente da autoestima elevada, aprenda
a se respeitar e a se amar.
- Você se acha
desinteressante? Desenvolva a semente dos valores pessoais.
- Você se
julga inferior? Desenvolva a semente de se ver como um ser humano igual
aos outros, descubra suas qualidades.
- Você se
considera incompetente? Desenvolva a semente da competência através de
cursos, especialização, leitura...
- Você se
sente tímido? Desenvolva a semente da boa autoimagem, da assertividade!
Faça teatro, curso de oratória, aprenda a expor suas ideias com ética.
- Você se acha
insegura? Desenvolva a semente da autoconfiança.
- Você se acha
triste? Desenvolva a semente da alegria sendo ético, otimista, se
valorizando.
Não substitua seus potenciais pelo álcool!
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quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Descomplicando a Vida
Você já teve dor de dente latejante ou cólica
renal? Quando você está com dor, como fica sua disposição geral? Provavelmente
comprometida, não é? Agora transfira a dor física para o âmbito psicológico, a
tradução da dor na área psicológica é sofrimento, conflito, transtorno, confusão
podemos sintetizá-lo como comportamento neurótico. Portanto, uma pessoa
neurótica está um pouco alterada internamente com sentimentos confusos,
incertezas, medos, etc. Neste estado ela faz uma leitura de sua vida e do seu
entorno consoante sua perturbação, quase tudo vai parecer mais difícil. A
pergunta que se faz é: o que é mais complicado o mundo ou o modo pessoal
de ver a vida? A propósito a psicóloga positiva Barbara L. Fredrickson, no seu
livro Positividade, página 28 afirma: “ao contrário das emoções negativas, que
limitam as ideias sobre ações possíveis, as emoções positivas ampliam o
julgamento sobre elas, abrindo nossa consciência para uma ampla gama de
pensamentos e ações. Por exemplo, a alegria desperta a necessidade de brincar e
ser criativo. O interesse estimula a exploração e o aprendizado, enquanto a
serenidade nos leva a apreciar as circunstâncias e integrá-las a uma nova visão
de nós mesmos e do mundo ao nosso redor.”
Alimentar ressentimento, ódio, indiferença,
provocar os outros, ver o lado negativo da vida é complicar-se bastante,
gerando uma série de tormentos psicológicos, físicos, espirituais e sociais. A
pessoa acaba se auto-obsediando pelas fixações doentias, facilitando a atuação
do obsessor espiritual.
Quando o Espiritismo propõe os bons pensamentos,
as boas leituras, a paciência, o perdão, o amor, etc., não o faz para nos
tornar “bonzinhos”, mas para sermos equilibrados, lúcidos, amistosos,
confiantes, alegres, otimistas, enfim caminhar para o amadurecimento,
descomplicando e facilitando a existência.
terça-feira, 23 de agosto de 2016
Você é do grupo do Sim ou do Não?
O que se espera de uma pessoa equilibrada e madura
é que seja amistosa, sociável, autêntica, gentil, porque com a maturidade
relativa ela já terá resolvido muitos conflitos pessoais. A pessoa imatura, com
baixa autoestima, sentimento de inferioridade ou de rejeição, se sente
inadequada, desinteressante, e isso a faz sofrer. Uma tentativa de compensar ou
de superar esse sofrimento psíquico é querer agradar ou concordar com todo o mundo.
São aquelas pessoas que quase sempre dizem sim. Essa criatura na maioria das
vezes, a contragosto, quer ser aceita e ser vista como simpática, amistosa,
legal, sorridente, sempre disponível, por vezes passando por cima de seus
valores. O que vai acarretar negar a si mesma para agradar aos demais?
Certamente que algum conflito vai atormentá-la mexendo no seu autoconceito1.
A boa imagem que queria passar para os outros fica prejudicada, alterada,
portanto sem poder agradar, ao contrário transmite a imagem de falsa,
inautêntica, “Maria vai com as outras”.
Não
Na categoria do Não estão às pessoas que
não concordam com nada, contestam tudo ou se negam a dar a sua opinião.
A palavra mais representativa das criaturas que não
concordam com nada é a “contraposição”, cujos sinônimos2 são: “atacar,
objetar, rebater, retorquir, refutar, desmentir, contrariar, contraditar,
rebater, contestar, contradizer, adversar, discutir, opor, disputar.” Parece
que estas pessoas estão brigando e se defendendo o tempo todo, não concordam
com nada, não aceitam coisa nenhuma. O móvel da oposição ou da refutação não é
um posicionamento pertinente, é derivado de tormento pessoal que o marcou como
se achar inferior, ter sofrido rejeitado ou padecido algum trauma.
Diferente desses contestadores radicais tem o
grupo dos que usam o Não para se
omitir, não dão suas opiniões, não sabem de nada, não viram nada, não escutaram
nada enfim não querem confusão. Elas se omitem ou ficam em cima do muro
pensando que são neutras. Parece que assim elas evitam problemas com os outros,
mas a suposta paz é só na aparência porque o seu mundo interno está uma
balburdia.
Sugestão de solução: resolver os conflitos e
desenvolver novas qualidades.
Nota
1. O autoconceito é quem e o que, em nível
consciente ou subconsciente, nós pensamos ser – nossos traços físicos e
psicológicos, nossas qualidades e imperfeições, nossas possibilidade e
limitações, nossas forças e fraquezas. p. 36 Autoestima e Seus Seis Pilares.
Autor: Nathaniel Branden
2. Dicionário de Sinônimos Online –
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quarta-feira, 27 de julho de 2016
quarta-feira, 6 de julho de 2016
terça-feira, 5 de julho de 2016
Eu não pedi para nascer!
O que fazer para agradar uma pessoa ingrata? Nada!
Por que ela está doente e não é capaz de reconhecer qualquer gentileza, agrado,
carinho... Dar-lhe um presente ou carinho provoca uma reação momentânea de
contentamento e em seguida volta ao desagrado. Ela não é agradada com a
qualidade e nem com a quantidade de presentes. As pessoas desprevenidas que a
amam tentam agradá-la dando muitos presentes, e sempre precisa mais, mais...
Como ela é infeliz e não se sacia responsabiliza os outros por sua
infelicidade, acusando-os de não compreendê-la, de não fazer as coisas para ela
com amor.
Os principais alvos de sua revolta e reclamação
são os pais, transferem para eles a responsabilidade pela vida emocional
miserável que levam. Costumam ofendê-los e atacam: eu não pedi para nascer! Vocês me colocaram no mundo, agora
aguenta! Na cabeça deles os pais são obrigados a dar amor, dinheiro, alimento,
roupas, viagens...
Por conta dos seus temperamentos, dos conflitos,
da falta de responsabilidade, do desinteresse dificilmente consegue uma profissão
que lhes agrade. Entra e sai dos empregos sempre acusando a empresa de
explorá-los, de exigir demais deles, etc.
Um caso típico de ingratidão que acompanhei, os
pais compraram uma franquia de café para o filho, ele ficou empolgado, parecia
que ia se encontrar, que as coisas iriam mudar. No começo foi bem, ele tinha um
funcionário em quem jogava tudo em suas costas. Mas tinha um problema, ele
estava lá! Sim, ele, o neurótico ingrato estava lá projetando seus tormentos no
seu trabalho. A onde ele está ele enchia o ambiente de defeitos, reclamações,
desconfianças, provocações... Não demorou para surgir os desentendimentos, a
dificuldade de manter uma rotina, logo as vendas diminuírem e fechou o negócio!
Ele depressa encontrou os culpados pelo insucesso: seus pais! E acusava: “vocês
que me colocaram nesse negócio”, “vocês sabiam que eu não tinha experiência!” “Vocês
queriam se livrar de mim...”.
Se esta pessoa fosse colocada em um suposto
paraíso, onde tudo é perfeito e ele pudesse desfrutar da plena felicidade e da alegria,
iria reclamar dizendo: as pessoas aqui acham graça em tudo, estão sempre sorrindo,
não reclamam de nada, parece que não enxergam a realidade, isso soa falso! A
realidade que ele acredita e que os outros não veem é a sua, subjetiva, ou
seja, seu mundo interno cheio de conflitos, de confusão, de perturbação. Ele
acha que o mundo é assim, porque é o que ele sente internamente.
Tudo que se lhe der é insuficiente: presentes,
dinheiro, emprego, amizades reais, etc. Seu problema é interno, são os seus
conflitos que precisam ser enfrentados. As causas desse desassossego podem ser
as experiências infantis sem afeto ou de muito estresse com brigas e ameaças,
como também reflexos de vidas anteriores.
terça-feira, 28 de junho de 2016
Quando as coisas estão bem, algo ruim vai acontecer?
Você conhece pessoas que ficam preocupadas quando
as coisas estão indo bem, achando que algo ruim vai acontecer? Elas presumem
que existe uma ligação causal entre estar
bem X acontecimento ruim! Então,
para não correr o risco do inconveniente, elas se protegem evitando falar das
coisas boas que estão lhe acontecendo; às vezes não curte o que está ocorrendo;
batem três vezes na madeira; ficam de sobreaviso. Isso dá a ideia de que elas
não merecem ser felizes, que é errado acontecer coisas boas e por isso serão
punidas com algo malfazejo.
Penso, até o momento, que não existe nenhuma
associação entre um acontecimento bom, feliz e uma obrigatória consequência prejudicial.
Por força das energias boas e da afinidade, as coisas boas atraem situações
correlatas, como as ruins atraem seus equivalentes.
Quando algo bom está acontecendo não quer dizer
que coisas desagradáveis não aconteçam na sociedade como doenças, desempregos,
acidentes, guerras... Por exemplo, uma
pessoa avalia que está num bom momento, a maré está em alta para ela, arrumou
um (a) namorado (a), conseguiu uma bolsa de estudo muito desejada, está feliz e
com boas perspectivas. De repente recebe uma notícia indesejada no trabalho:
foi demitida! Uma pessoa supersticiosa faz a ligação entre a boa sorte e o azar
como consequência e conclui: era muito bom para ser verdade! Alguém mais
realista, concluiria que é algo natural. Não é por que esta pessoa está feliz e
esperançosa que não esteja sujeita a demissão ou a um incidente. Portanto, não
foi a felicidade que trouxe a demissão, mas outras questões como sua
competência, o interesse da empresa, o mercado de trabalho, etc.
Acredito que uma pessoa supersticiosa faz uma
mescla de sentimentos: euforia diante da coisa boa e o medo de perder, somado a
sentimentos de desmerecimento e de inadequação. A culpa consciente ou
inconsciente (aquela que vem do passado) faz o indivíduo se julgar culpado,
errado, merecedor de punição.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
segunda-feira, 20 de junho de 2016
Personalidade e Papéis
De modo geral um Espírito de evolução mediana
quando reencarna esquece a personalidade anterior, ou seja, a pessoa que foi na
reencarnação anterior e as várias reencarnações que já viveu. O Espírito mais evoluído
tem mais domínio sobre si mesmo podendo lembrar-se de várias vidas. Para
algumas pessoas as lembranças servem de provas ou de expiação, a fim do sujeito
não esquecer os erros passados e se esforçar para acertar. Ainda há pessoas que
as lembranças servem de estímulo no empreendimento evolutivo. Lembrando ou não
do passado, a existência atual é influenciada pelas personalidades que fomos
anteriormente, aparecendo em forma de aptidões, tendências, conflitos, etc.
Ao reencarnar vamos assumindo novos papéis
influenciados pelos papéis anteriores (das vidas passadas). Pense em um
indivíduo que na vida passada foi uma pessoa insociável, vivia do trabalho para
casa, sem amizades, introspectivo... Ele vestiu o papel do “prefiro ficar sozinho
no meu canto, sou mais feliz” e pouco fez para mudar. Na vida presente ele
reencarna em um ambiente afetivo, amistoso, com uma mãe psicóloga,
psicodramatista e um pai que é professor universitário. Como se vê são pais bem
sociáveis, lidam com muitas pessoas, são intelectuais, portanto um ambiente
familiar favorável ao bom desenvolvimento. Apesar de o filho receber estes
estímulos positivos dos pais: afeto, sociabilidade, comunicabilidade,
intelectualidade, prazer em ler, etc., ele não vai conseguir assimilar todo
esse material, filtrando boa parte por falta de possibilidade de perceber e
assimilar. Haverá uma mescla entre a personalidade anterior: sem amizade,
introspectivo, insociável e a personalidade atual criada em um ambiente
amistoso, resultando em uma pessoa que se dá bem em ficar sozinha, mas que
quando está em um grupo participa se relaciona, mas não é o seu forte. Alguém
poderia questionar se esta pessoa ao desencarnar, na vida espiritual não
poderia trabalhar para superar seus conflitos e limites? Sim, é claro que sim,
depende dele se esforçar para melhorar, mas ele o faz?
Os papéis sociais podem enriquecer ou atormentar a
personalidade, veja alguns exemplos:
Papéis positivos
- pai/mãe –
vai aprender a amar, cuidar, prover, educar, doar-se...
- gestor – vai
aprender liderar, trabalhar em grupo, buscar resultados...
- vencedor –
aprende a ir atrás de seus sonhos, é determinado, estudioso...
Papéis negativos
- vítima – só
comigo acontece estas coisas, nada muda na minha vida...
- doente –
vive em função dos medicamentos e dos médicos
- perfeccionista
– tem que ser o melhor, precisa acertar todas...
Tanto os papéis positivos como os negativos podem
atormentar se o indivíduo se identificar com ele, é como se a pessoa ficasse
grudada no papel. Por exemplo, o papel de mãe pode ser nutritivo quando ela dá
amor e coloca limites, ensina e deixa o filho fazer o que está ao seu alcance.
Uma mãe neurótica sobrecarrega o filho de preocupações e atividades, uma mãe
superprotetora não deixa o filho fazer nada, faz tudo por ele.
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segunda-feira, 13 de junho de 2016
Valores e Consumo
Os meios de comunicação oferecem uma enxurrada de
produtos que prometem prazer, sucesso e felicidade, se você não obtê-los é um
fracassado destinado ao sofrimento. Bebidas que garantem alegria e a amizade,
cremes e xampus que eternizam a juventude, roupas que tornam o seu usuário
importante, viagens anti estresse... Tudo ao seu dispor, é só consumir.
Poucas pessoas escutam suas dores e sofrimentos a
fim de cuidarem melhor de si mesmas, ao invés procuram os artifícios sociais
imediatos. Bateu uma tristeza, o shopping é o remédio. A pessoa se sente
inferior, um curso de MBA ou um carro novo resolve. A autoimagem não está a
contento, a mulher pinta os cabelos e o homem deixa a barba crescer, pronto!
Comprar um sapato todo mês, tomar chope quase
todos os dias passa a ser uma necessidade
condicionada que vai dominando o indivíduo e se tornando uma compulsão, que o
domina - agora ele não tem escolha se vê compelido a comprar, comprar... Antes
já comprava sem necessidade, agora com a compulsão compra qualquer coisa que é
desnecessária, desfrutando uma migalha de prazer e um punhado de angústia. Esta
reflexão não é uma condenação às conquistas benéficas da ciência e dos avanços
da cultura que melhora a saúde, as relações sociais, os lazeres, o
conhecimento, o conforto, mas reflete em não transformar “os meios em fins”. A
vida não se resume em consumir, ela é maior do que isso objetiva a evolução
espiritual!
Nesse enredo maluco o indivíduo vai se emaranhando
cada vez mais, os apelos da mídia continuam afirmando que ele vai chegar lá, ou
seja, vai obter prazer, sucesso e felicidade, basta consumir um pouco mais. Uma
provocação aliciadora: você não vai desistir, não é? O mundo não é dos
covardes! Veja quantos chegaram lá, persista, você vai ser um vencedor!
Enquanto isso, seu mundo interno está entregue a
poeira, abandonado. Chega uma hora que essa mesmice cansa, o vazio começa a dar
sinais, o tédio aparece eloquentemente aludindo à decadência dessas promessas
irreais.
Para sair das dependências dos artifícios sociais
precisamos desenvolver valores que dignificam a vida.
- em vez de se
soltar através do estímulo da bebida, desenvolver a extroversão e a
autossegurança.
- em vez do exagero
dos cremes e xampus, aceitar a idade e o corpo.
- em vez de
roupas que dão status, desenvolver a autoconfiança.
- em vez do
excesso das viagens contra o estresse, cultivar a paciência e a
tolerância.
- em vez da
droga diante do vazio, despertar a fé em si mesmo e em Deus.
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terça-feira, 7 de junho de 2016
domingo, 5 de junho de 2016
sexta-feira, 3 de junho de 2016
Tocar e beijar
Dar as mãos, tocar o ombro, dar um abraço, dar um
beijo, é tão complicado assim? Sim e não. Para a turma do “não é complicado” é
quase despercebido esse contato, porque é tão natural que a pessoa não fica
ensaiando: “dou a mão ou não dou?”, “beijo ou não beijo?”, acontece.
Para o grupo do “é complicado”, exige muito
esforço carregado de dúvidas com relação ao que o outro pensa dele:
º será
que eu vou incomodar?
º será
que a pessoa vai pensar mal?
º será
que ela pensa que eu quero algo a mais?
Também tem a preocupação de o outro aproveitar dele
- do neurótico:
º me
incomoda ser tocado
º ele
quer se aproveitar de mim
º ele
quer mais do que um simples abraço
Aqui a pessoa tanto pode achar que vai incomodar
os outros, como se sentir sendo invadida. Em ambas as situações a paranoia é do
próprio indivíduo que projeta nos outros seus tormentos pessoais. Algumas
pessoas quando são abraçadas parece uma geladeira, e reclamam: “eu não gosto dessa
pegação!” Esta pessoa não sabe distinguir em que área do afeto foi dirigido o
abraço: para o sexo, para a amizade ou para o acolhimento materno/fraterno! Uma
vez escutei de uma pessoa culta que homem e mulher quando se abraçam estão
querendo sexo! Para ele não existe amizade e afeto, só sexo. Os conflitos nessa
área têm várias fontes:
º pais
que não tem contato entre si
º pais
que evitam tocar os filhos
º experiências
de abuso
º traumas
no relacionamento afetivo e sexual
Os efeitos dessas relações inamistosas podem ter
vários desdobramentos na afetividade pessoal, como a pessoa não aceitar um
abraço porque se acha desprezível, um efeito oposto é o sujeito se tornar
pegajoso por causa da carência, outros associam o toque ao sexo por isso evitam
o contato, por que se excitam. É comum encontrar pessoas que conceituam o sexo
como sujo, vergonhoso, pecaminoso, indecente. Estas colocações estão ligadas a
interpretações distorcidas da religião e do moralismo dos pais. Por conta
desses extravios muita gente prefere reprimir sua afetividade e sexualidade
para não sofrer, e vivem atormentados. Outras pessoas para romper com o
tolhimento que foram condicionados extrapolam se envolvendo em relacionamentos
problemáticos. Há aqueles que negam a afetividade e se entregam ao sexo
aberrante.
terça-feira, 24 de maio de 2016
O que os outros vão pensar de mim?
Uma das frases mais ouvidas no consultório é esta:
o que os outros vão pensar de mim? Eu costumo devolver: os outros sempre vão pensar!
Se você for correto, vão pensar; se você for desonesto, vão pensar; se você for
bom, vão pensar; se você for mal, vão pensar; se você fizer muitas coisas, vão
pensar; se você não fizer nada, vão pensar! Falaram das grandes personalidades
do progresso e das maldosas, você vai escapar?
O que mais incomoda, o que elas pensam de você ou
o que você pensa que elas pensam de você? Estar muito preocupado com a opinião
dos outros não é sinal de conflitos pessoais? O que os outros pensam de você é
mais importante do que sua autoavaliação?
As pessoas negativas, pessimistas e conflitadas
interpretam tudo que se refere a elas como pessoal, ofensivo e persecutório, elas
não aproveitam nada do que vem dos outros, que não deixam de ser seus
professores indiretos. O neurótico justifica este posicionamento relacionando
as várias vezes que foi ofendido, ressaltando o lado ruim das pessoas. Os
indivíduos mais maduros, sempre estão aprendendo, veem nos “adversários”
instrutores, como ensina o Espiritismo. É claro que há pessoas maldosas que
precisamos identificar e nos guardar para preservar a vida e a integridade. No
entanto, a pessoa madura não vê ameaça em tudo e em todos sua capacidade de discernir
é mais ampla, não é unilateral. Fazendo esta distinção entre a pessoa neurótica
e a madura, lembrei do ensinamento de Jesus: “Pois àquele que tem lhe será
dado, e terá com abundância; mas àquele que não tem até o que tem será tirado
dele.”1 A pessoa madura aproveita melhor sua existência, por isso
tem capacidade de obter mais aprendizados existenciais do que o neurótico que
fica preso em seus tormentos sem aproveitar melhor as ofertas da vida.
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segunda-feira, 16 de maio de 2016
Surto ou obsessão espiritual?
Na sessão de psicoterapia ele pedia para não
fechar a porta da sala, para não se sentir vulnerável. Mal conseguia falar,
respiração ofegante, assustado, dizia-se revoltado, mas não explicava o motivo.
Com vinte minutos de sessão, já queria ir embora, ele não conseguia ficar os
cinquenta minutos. Ele dizia que tinha algo muito importante para me falar, mas
não conseguia. Depois de algumas sessões, com muita ansiedade e falando pouco,
disse que em uma vida anterior eu o teria prejudicado, levando, em seguida, a
morte, por isso me procurou: para se vingar! Fiquei sem ação, o que? Perguntei:
- Como você sabe disso?
- Eu vi isso nos meus sonhos – disse ele!
Como psicólogo eu diria tratar-se de fantasias
dele, o sonho pode ser reflexos das preocupações do dia, desejos não realizados,
mas como Espírita sabemos que podem ser retrocognições, obsessão espiritual
(pesadelo), sonhos premonitórios e encontros espirituais. Como saber? Eu
não tenho percepções parapsíquicas ou mediunidade ostensiva para alcançar a
veracidade dos fatos, no entanto um misto de intuição (percepção pessoal) e de
inspiração (influência de meu mentor) indicava não ser verdadeiro o que o cliente
dizia. Nem sempre é possível desvendar o passado para segurança dos envolvidos,
a fim de não ficarem fantasiando coisas e caírem em auto-obsessão e também na
obsessão espiritual, onde o obsessor aproveita para incrementar mais as nossas
ilusões. Não que eu seja contra a informação mediúnica quando é útil ao
indivíduo, ou através da retrocognição que é um fenômeno anímico, humano,
natural que estamos desenvolvendo no processo evolutivo. Sou a favor, mas
precisamos separar a curiosidade doentia da informação útil, que vai ser
proveitosa para o crescimento do sujeito.
Agora compreendia o motivo de sua angústia e
embaraço em falar comigo. Pessoalmente nada sentia em relação a ele, nem
simpatia, nem aversão, que são indicadores de vínculos.
O cliente não apresentava nenhum comprometimento
psíquico grave, era um pouco isolado, trabalhava, havia estudado. Não parecia
ser um surto, tinha coerência em seu raciocínio quando conversávamos sobre
outras coisas. Cumpria o contrato terapêutico: dia e horário, pagamento, não
ligava desnecessariamente fora da sessão... Parecia ser uma obsessão
espiritual, havia momentos que ele tinha o olhar fixo em mim com um misto de
raiva e cordialidade!
Por conta da ameaça que me fez, da vingança, tive
que cancelar o tratamento. Por vias das dúvidas, encaminhei-o a um psiquiatra
para fazer uma avaliação, e, ao mesmo tempo, indiquei que procurasse um Centro Espírita
para verificar se estava obsediado.
quarta-feira, 11 de maio de 2016
Nunca se case!
Qual é a força da sua fala, até onde ela pode
chegar? Você acha que o que diz evapora no ar sem tocar ninguém? Quem é o seu
interlocutor, alguém vivido que sabe se proteger ou uma criança indefesa?
Imagine o cenário de um ambiente familiar, os
filhos brincando ou fazendo seus deveres escolares, e de fundo a mãe reclamando
aqui e ali do marido que vai chegar. No meio da reclamação ela afirma aos
filhos: “nunca se casem para não levarem essa vida de inferno que levo!”, ou “o
amor não existe, ninguém nunca vai te amar”. Quando não é a queixa do
casamento, é a lamentação da vida: “a vida só traz sofrimento”, e arremata
dizendo aos filhos quando estão brincando e fazendo bagunça: “vocês ainda vão
me matar de trabalhar”. Não bastasse o terrorismo da mãe desequilibrada, o pai estressado
chega do trabalho, mal cumprimenta a esposa e os filhos e despeja sua lista de
reclamações: “as empresas só nos exploram!”, “o patrão faz todo mundo de
escravo!”, “nunca confie em ninguém!” Para este casal tais colocações/reclamações
soa como natural, falar do que lhes desagrada. Na vida de relação reclamar faz
parte da pauta do dia a dia de muita gente, está tão incorporada nos
relacionamentos interpessoais que não se percebe sua nocividade.
As atitudes dos pais estão sugerindo, induzindo,
exemplificando como é a vida e o que os filhos vão encontrar pela frente. A mãe
está ensinando que o casamento não é um bom negócio e é fonte de sofrimento, o
pai lecionando que o trabalho é motivo de exploração e escravização. Estas
imagens vão se assomar a mente dos filhos servindo de paradigma – como a vida é
e como devem se comportar. A maior ou menor aceitação dessas sugestões
dependerá do nível evolutivo dos filhos, que com o filtro do discernimento vão
perscrutar o que recebem dos pais guardando ou rejeitando o que é bom e o que é
ruim. Isso mostra que os filhos não estão à mercê dos pais ou da sociedade, mas
das suas conquistas evolutivas ou da falta delas.
Do
ponto de vista da sociedade materialista, a esposa infortunada com o seu
casamento e o marido irrealizado em sua profissão são vítimas do azar, do
destino, por isso eles se acham no direito de reclamar, por que estão em uma
situação não escolhida. Na perspectiva do Espiritismo que supera essa analise
estreita, casualista, o casal está incurso na Lei de Causa e Efeito, portanto,
quando a esposa/mãe reclama aos filhos da instituição “casamento”, como algo
ruim que traz sofrimento, ela está atribuindo valores pessoais, particulares, a
algo abstrato comum a todas as pessoas. Ela deveria dar mais precisão as suas colocações: “o meu casamento é difícil”, “a minha prova com o pai de vocês é árdua”. O mesmo se aplica ao esposo/pai, se ele tem uma
subprofissão, no qual não se realiza, é provável que seja uma prova pessoal e
não comum a todos os trabalhadores. Ainda outra informação que o Espiritismo
esclarece, é que se os filhos não têm provas difíceis no casamento e na
profissão, eles não vão passar pelos sofrimentos que os pais passam como supõe
a mãe ao “preveni-los” com suas reclamações, exceto
se neurotizarem a relação e fizerem escolhas erradas.
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sexta-feira, 6 de maio de 2016
Pés grandes
Como quantificar o grau de estresse ou de
tormentos que a sociedade nos causa com o trânsito, a violência, o clima, a
competição, etc., e qual é o percentual pessoal de problematizar a vida?
Trocando em miúdos, é a sociedade complexa que nos atormenta, ou nós nos
atormentamos com a sociedade? Obviamente as duas partes tem a sua quota de
elementos afligentes. Como não
podemos mudar o mundo, podemos mudar a nós mesmos, superando os melindres, as
crenças falsas, a baixa autoestima, etc.
Um rapaz procurou a psicoterapia angustiado,
triste, não queria mais sair de casa, ficava trancado em seu quarto o dia todo
escutando música. Os pais não sabiam mais o que fazer, pensavam que ele
estivesse usando drogas ou tinha alguma “doença mental.” Na terapia ele deu
voltas para falar do assunto que o afligia: os seus pés! Isso mesmo, os seus pés. Achava que seus pés eram grandes
demais, tinha vergonha que as pessoas olhassem para eles. Usava calças largas
ou a boca da calça mais larga para cobrir seus pés. Virou uma paranoia, ficava
monitorando os olhares dos outros, via o que não existia.
Essa cisma começou no ensino fundamental, onde é
comum a garotada colocar apelidos uns nos outros. Qualquer coisa diferente em
um colega é motivo para gozação: gordo, magro, alto, baixo, mãos grandes ou
pequenas, nariz grande ou pequeno, pés grandes ou pequenos, enfim, tudo é
motivo para chacota. Meu cliente não tinha os pés enormes, pela altura dele era
para calçar 42, e calçava 44, quase imperceptível por sua altura. O apelido de pezão pegou mais pelo incomodo do rapaz,
do que pelo tamanho do pé. O sentimento de inferioridade que alimentava
contribuiu para acatar as gozações como verdadeiras. Quando os amigos tiravam
sarro, ele ficava vermelho, paralisado, se sentindo pior como pessoa.
Quantos homens se sentem inadequados por causa da
barriga, da calvície, da profissão, da altura, etc., evitando o convívio social
ou até um relacionamento afetivo porque se acham inadequados?
As mulheres têm áreas pontuais de queixa: cabelos,
seios, bumbum, pernas, rugas, celulites e barriga.
Não são estas condições em si que causam o sofrimento
ou a falta de aceitação, mas o que se pensa delas. Uma pessoa “resolvida”, com
boa autoestima e autoconfiança não se limita, nem se paralisa se suas formas
não forem perfeitas. Por outro lado, uma criatura “perfeita nas formas”, com
baixa autoestima, insegura vai arranjar motivos para ser infeliz. Aqui cabe
ponderar também o nível de evolução de cada pessoa.
quinta-feira, 28 de abril de 2016
Retrocognição - lembranças de vidas passadas
Pensa numa vida marcada por dificuldades e
pobreza, assim foi a vida de nosso personagem neste capítulo cognominado João.
Desde a infância experimentou várias carências, dentre elas a mais importante a
do afeto materno. Eram muitos filhos para pouco colo, além do excesso de
trabalho dos pais que tinham que cuidar da roça. Faltavam roupas, comida só o
necessário, brinquedos inexistia... João também pegava no batente, ajudava os
pais nos vários afazeres. Nos momentos de descanso ficava no seu canto sem
contato com ninguém, era difícil se enturmar. Essa pobreza perpassou a
adolescência e foi até a maioridade, sempre com muito sacrifício. Na maioridade
conheceu uma mulher, se casou e logo veio a separação. Conheceu outra
companheira que estão juntos há mais de 20 anos. Na área profissional nunca
passou de uma subprofissão, ganhando o necessário para a sobrevivência.
Apareceu a oportunidade de fazer um curso técnico, mas a falta de dinheiro e de
tempo não lhe permitiram.
Apesar das restrições diversas jamais traiu seus
valores para obter dinheiro fácil.
Por que tantos limites? É acomodação, preguiça,
conflitos que o impedem de avançar? Não, não é corpo mole, não é preguiça e nem
conflitos paralisantes, ele fez muitas tentativas para melhorar sua situação.
Existem restrições que são medidas de segurança para não cair novamente.
Uma vez estávamos conversando sobre seu trabalho na
roça dos pais, das dificuldades de cuidar da plantação sob um sol abrasador, quando
começaram a aparecer imagens em sua mente. Com os olhos abertos, via imagens de
uma fazenda de enormes proporções que dominava determinada região do Brasil. Ele
era o dono da fazenda, era agricultor e criador de gado. Era um dos homens mais
ricos da região, frequentava as festas dos endinheirados do local. Via-se com roupas
chiques, bebida, mulheres, música... Sentia-se importante, nas festas ele se
destacava pelo poder e pelo dinheiro. Todos procuravam agradá-lo, tinha o que
queria. Teve uma vida frívola, pensando apenas nos seus prazeres. Perdeu a
existência escravizado em três áreas que dominou sua vida: dinheiro, bebida e
sexo!
Este
contraste entre o ontem e o hoje deu sentido a sua vida, começou a compreender
por que suas pequenas conquistas hoje são tão difíceis e suadas. Na vida
anterior tudo era favorecido, bastava um estalar de dedos para todos atendê-lo.
As facilidades do passado foram viciando sua personalidade, criando a ilusão de
ser melhor que os outros, achando que todos deviam servi-lo. Agora tinha que se
esforçar para conquistar o mínimo que precisava, com muito sacrifício. Os
esforços atuais eram exercícios para superar a inatividade do passado.
terça-feira, 26 de abril de 2016
Sou uma fraude
Mara estudou a vida toda, fala inglês e fez
doutorado em administração. É disputada no mercado de trabalho por conta de sua
inquestionável competência. É uma líder nata, sabe como conduzir sua equipe. É
consultada em momentos de crise por outros diretores de áreas diferentes.
Apesar de esbanjar competência, no fundo ela se
acha uma fraude, o oposto de como é reconhecida. É um disparate porque sua
formação e seu cargo profissional atestam sua capacidade. Há uma discordância
interna entre seus conhecimentos e seus sentimentos. Racionalmente ela sabe que
domina o conhecimento, mas se “sente” uma fraude, acha que está enganando os
outros e que será descoberta. Esse entrave interno não a deixa fluir, vive uma
paranoia achando que os outros sabem de sua farsa.
Para procurar compreender este conflito a
psicoterapia pesquisa a infância e outras etapas da vida a fim de encontrar as
causas desse sentimento de fraude, no caso dela nada foi encontrado que
justificasse essa conduta. Desde criança era quieta, fugia de contatos, apesar
de receber afeto da família. Tudo indica que ela trazia de uma reencarnação
anterior o sentimento de menos valia, fracasso, incompetência. Na vida passada
provavelmente ela enfrentou restrições na área do conhecimento e da profissão,
uma provação que fez parte daquela vida, não dessa, porque na sua vida atual
ela teve acesso ao conhecimento e a uma boa profissão. É preciso superar o
passado que insiste em permanecer e se adaptar ao presente, fazer prevalecer
suas conquistas atuais e sua competência!
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sexta-feira, 22 de abril de 2016
Beleza é fundamental
Diz o Poeta que beleza é fundamental, será mesmo? Na poesia até que rima, mas na
realidade as coisas não são bem assim. Se fosse fundamental, Poeta, as beldades
e os deuses gregos não tomariam ansiolíticos, antidepressivos e nem fariam
tantas cirurgias estéticas! A ideia de que a beleza é fonte da felicidade é um
jogo de marketing das indústrias de cosméticos, da moda, do cinema com promessa
de felicidade. Assim vamos associando beleza com glória, felicidade, dinheiro,
sucesso, romances espetaculares... É a visão materialista, consumista,
utilitarista de obter coisas para se realizar. Na vida real as pessoas não
fogem de sua subjetividade, ou seja, de seu mundo interno, de suas ideias, de
seus sonhos, de suas frustrações, de suas alegrias, de suas tristezas, de suas
conquistas, de suas derrotas, de acordo com suas conquistas evolutivas. Poeta,
no mundo de expiação e prova todos carregamos débitos para serem resgatados,
qualidades para serem desenvolvidas, as pessoas belas também! A pobreza e
riqueza, beleza e feiura, doença e saúde, felicidade e tristeza não são favores
ou desfavores da classe social e da genética, nem depende da sorte, do azar, do
privilégio ou do QI (quem indicou), estas questões tem ascendente espiritual.
É, Poeta, a vida não se resume ao entorno do corpo físico, nós somos Espíritos
Imortais, estamos aqui de passagem para evoluir, nossa verdadeira pátria é a
Espiritualidade. A beleza ou feiura são provas ou expiações reencarnatórias de
acordo com as conquistas ou insucessos na vida passada e na presente.
Poeta, no consultório vejo homens e mulheres
bonitos fisicamente, que se sentem feios e desinteressantes por dentro. São
pessoas que chamam a atenção pela plástica, são elegantes, desejadas, mas
quando alguém se aproxima delas e se envolvem, veem que são pessoas como as
outras com qualidades e defeitos. Aquelas que se sentem inadequadas e amargam
conflitos internos, mesmo sendo belas, são pessoas difíceis, não conseguem se
envolver. O fundamental, Poeta, é o equilíbrio pessoal, o autoamor, a boa
autoestima, a autoconfiança, a ética, a sociabilidade, a religiosidade...
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segunda-feira, 18 de abril de 2016
Adulto ou criança?
Roberto é um profissional competente, boa
formação, dá conta de seu trabalho e é reconhecido por isso. Seu trabalho
consiste em gerenciar uma equipe operacional. Dá-se bem com seus colaboradores,
não tem dificuldade em dar orientação e chamar a atenção quando necessário. Seu
problema acontece quando tem que falar com alguma autoridade, fica nervoso, com sudorese, não consegue se expressar
direito, parece uma criança assustada. Por isso, procura evitar o contato com
seu diretor, coisa que nem sempre é possível.
O que ocorre é que quando ele era criança foi
muito criticado por seu pai, que não pensava muito para xingar e dar algumas
chineladas. Ele tinha que engolir tudo aquilo sem protestar para não ficar
pior. A figura do pai representava castigo, repreensão, autoridade, submissão.
Aprendeu a escutar e calar para se preservar. Estendeu este aprendizado e
comportamento para a vida adulta. Vivia esse tormento em todo lugar, se fosse
devolver um produto com defeito na loja, e o vendedor falasse um pouco mais
alto, recuava. Se queria reclamar no restaurante que o prato que pediu não
estava do jeito que queria, desistia e acabava comendo descontente. Toda
situação que tinha alguém que representava autoridade, sua criança assustada
surgia. É como se vivesse no mesmo corpo um adulto
e uma criança disputando quem iria falar.
Através
de um exercício, Roberto se imaginou voltando à infância para dar voz aquela
criança assustada. Ele pode se imaginar conversando com o pai autoritário e
expressando o que pensava. É como se estivesse falando com o pai todas as vezes
que quis falar e não pode. Este resgate da fala
tirou os nós que o prendiam no passado.
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